O corpo-vivo pede,
anseia;
reclama consistência.
Broga do corpo a seiva-viva
guardada,
linfa de cor desconhecida,
desperta dalguma mágica
de amor:
brota da pele,
meio matéria, meio sonho.
O corpogente se estira;
já é tarde, e há horas longínquas
se contorce o sonho,
feito peça inacabada
para um piano difícil de afinar.
O corpo convive com suas coisas,
sentimentos, alma ali e aqui alinhavada,
verdades, suposições, quase-talvez;
e ruge o tímido gemido
que precede o solo apaixonado
do leão,
frente à leoa
que agoniza sua espera.
O corpóreo se balança entre perguntas
que visitam o etéreo, sem morarem
num ou noutro;
já os dois se enlaçam num arco,
íris! Sopro azul de enfim,
na madrugada
infinitamente adivinhada.
L. Cattaneo
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