sexta-feira, 13 de abril de 2007

... que te amei...



"Todo o amor do mundo não foi suficiente porque o amor não serve de nada . Ficaram só os papeis e a tristeza, ficou só a amargura e a cinza dos cigarros e da morte.
Os domingos e as noites que passamos a fazer planos não foram suficientes e foram demasiados porque hoje são como sangue no teu rosto, são como lágrimas.
Sei que nos amamos muito e um dia, quando já não te encontrar em cada instante, em cada hora, não irei negar isso. Não irei negar isso nunca, que te amei, nem mesmo quando estiver deitado, nu, sobre os lençóis de outra e ela me obrigar a dizer que a amo antes de a foder ."

José Luís Peixoto

2 comentários:

Unknown disse...

Um dia, quando a ternura for a única regra da manhã,
acordarei entre os teus braços. a tua pele será talvez demasiado bela.
e a luz compreenderá a impossível compreensão do amor.
um dia, quando a chuva secar na memória, quando o inverno for
tão distante, quando o frio responder devagar com a voz arrastada
de um velho, estarei contigo e cantarão pássaros no parapeito da
nossa janela. sim, cantarão pássaros, haverá flores, mas nada disso
será culpa minha, porque eu acordarei nos teus braços e não direi
nem uma palavra, nem o príncipio de uma palavra, para não estragar
a perfeição da felicidade.

José Luis Peixoto

b. disse...

Lindíssimo, V.