sábado, 14 de abril de 2007

O sorriso



Eugénio de Andrade

Creio que foi o sorriso,
sorriso foi quem abriu a porta
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.

2 comentários:

Unknown disse...

A boca


A boca,
onde o fogo
de um verão
muito antigo cintila,
a boca espera
(que pode uma boca esperar senão outra boca?)
espera o ardor do vento
para ser ave e cantar.

Levar-te à boca,
beber a água mais funda do teu ser
se a luz é tanta,
como se pode morrer?



Eugénio de Andrade

Unknown disse...

Em resposta ao lindissimo poema que me deixaste:

Chamar-te colibri sussurrar-te
ao ouvido coisas acidas e ternas
Morder-te no pescoço, nos ombros, nas nadegas
Sentir a humidade entre as tuas pernas

Selar-te as palpebras com saliva
enquanto gritas que me odeias e me amas
as minhas mãos numa roda viva
entre as tuas nádegas e as tuas mamas

A minha língua, a tua língua o meu
pénis, o teu clitóris, a minha língua
o teu clitóris, o meu pénis, a tua língua

De joelhos como se implorasse
Enterra-lo bem fundo entre as tuas pernas
Deixar que um raio nos trespasse.


Jorge Sousa Braga

E um beijo... o poema é do outro, o beijo meu, não gosto de delegar beijos em outras pessoas quando me apetece a mim dá-los :)

Victor